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Entrada na Academia da Força Aérea

por: J. S.

O ingresso na academia da força aérea era desde há muito um sonho por alcançar.

As visitas às bases aéreas significavam deslumbramento por aquelas aeronaves com caracteristicas fantasticas: umas eram velozes, outras capazes de fazer manobras impensáveis, outras que eram, simplesmente, grandes e robustas.

Desde os meus 5 anos que dizia querer ser piloto. E desde os 7 que decidi que era na Academia da Força Aérea que o queria fazer. Foi nessa altura que a busca, pelo conhecimento e pelos requisitos necessários para ingressar nesta honrosa instituição, começou.

Durante 10 anos anseava pelo dia em que me poderia candidatar a essa aventura. Treinei, estudei, porque após o processo de seleção serão sempre as notas do secundário, juntamente com os exames nacionais que decidem quem ingressa ou não, mantive-me atento a todos os eventos organizados pela força aérea e a paixão foi crescendo.

Estava longe de imaginar o que constituiria o processo de candidatura à academia.

Heis que este ano, em meados de maio, os meus olhos brilharam e a euforia subiu-me à cabeça quando o Concurso ao Mestrado em Aeronautica Militar abriu.

Fui de imediato imprimir todos os documentos necessários e ainda nessa semana a minha candidatura estaria apenas pentende pelos exames nacionais que se avizinhavam. A motivação perfeita para estudar, e felizmente, consegui alcançar os objetivos em termos de classificações, o que me permitiria estar, provavelmente, dentro das vagas.

Dia 18 de julho, primeiro dia de provas, efetuei testes físicos e de inglês. Seguiram-se dois dias de psicotécnicos e outros 5 de testes médicos. Por fim, a convocatória para o Estágio de Seleção de Voo, uma das provas mais difíceis para o candidato a cadete da academia da força aérea. O chumbo nesta prova significa a impossíbilidade de nos podermos candidatar de novo no ano seguinte, mas com mais ou menos horas de sono, com mais ou menos dificuldades, esta fase foi também ultrapassada.

É de frizar que, nesta fase, experimentamos o voo, ficamos com cerca de 7h de voo no Chipmunk MK-20 da Força Aérea Portugesa, o que, por si só, nos faz sentir concretizados.

Heis que estava na hora de saber se estava ou não dentro das vagas para Piloto-Aviador. E, sim, estava, dia 11 de setembro iniciava a Prova de Aptidão Militar sabendo que só dependia de mim para ingressar nesta instituição e tornar realidade o sonho de há muito.

Com suor, dor e sofrimento, até mesmo saudades de casa, dia 19 via a prova chegar ao fim.

No início, nem eu, nem os agora meus camaradas, acreditavamos ter chegado ao fim e sermos agora os novos Cadetes da casa.

Ingressar na academia exigiu e exige espírito de corpo, de sacrifício, muita vontade, a casa ensinou-me que o valor da camaradagem é, essencial, para alcançar o que quer que seja nesta casa. Pois “Sozinhos chegam mais rápido ,mas juntos, chegamos mais longe”