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EH101 – histórias que marcam

V árias vezes fomos visitar a esquadra751 Pumas, no Montijo. Tivemos sempre a oportunidade de conhecer e ver imensas fotografias assim como coletes salva-vidas oferecidos a esta esquadra.

Numa dessas visitas foi possível, em conjunto com os nossos parceiros ASUS e TM Thrustmaster, apresentar à esquadra 751 duas texturas realizadas pelo nosso Tiger Mário Alves.

Estas texturas, baseadas no real, comemorativas, resultaram de um esforço que se iniciou no registo fotográfico de todos os pormenores destas aeronaves e na sua aplicação para P3D. Ficou impecável!

Mas impecável é também o relato de uma missão SAR com o EH101 (751 Pumas) em articulação com o C295 (502 Elefantes).

Foi o ponto alto da carreira desse Aviador. Esse piloto é o Cmd Pedro Pinho.
 
“O ponto alto da minha carreira de Aviador. A missão que ninguém quer: localizar e resgatar um náufrago, de noite, a mais de 300 milhas de terra, veleiro naufragado, sem contato rádio. Sem saber nada sobre a zona de Operações. Equipa de luxo, falta na foto a equipe médica, desculpem mas não me recordo dos nomes… Acompanhamento do C-295, como sempre presentes para nos ajudar. A noite mais escura e horrivel, avaria dos dois (!!!) ASMC ao aterrar em Santa Maria, recuperação foi feita com 15 minutos de combustível restante, e o náufrago (já a entrar em hipotermia) foi localizado quando disparou a ultima munição da pistola de sinalização… Tudo no limite… Abraço a todos os que lá foram comigo.
PS: depois de aterrar vi que tínhamos combustível suficiente para ter prosseguido direto da ZOPS para as Lajes. Por prudência decidi parar em Ponta Delgada para reabastecer. Se tivéssemos seguido direito para as Lajes, aterrávamos acima dos minimos e… batíamos o recorde do mundo dos Espanhóis (salvamento mais longo sem refuel alguma vez feito…). Antes assim.”
 
Complementa Pedro Martins dizendo que se lembra desta missão como se fosse ontem. Foi sem dúvida um excelente trabalho onde literalmente a diferença está na observação do náufrago após o último “flare”.
 
Conseguem imaginar? As condições que se observavam nessa noite e o náufrago a atirar o beacon para dentro de água, a balsa a derivar cerca de meia milha desde a posição inicial e a hora de chegada ao local.
É preciso voltar… uma história de resiliência das esquadras da FAP

Continua ainda Pedro Martins…

«Quando saí do avião nas Lajes, depois de mais de 10 horas voadas nessa missão (muitas delas à vertical do náufrago), fui directo ao centro de saúde “à rasca da lombar”. Estava deitado numa marquesa, entra outra pessoa e deita-se noutra marquesa ao meu lado. Era o náufrago. Ficámos ambos surpresos quando contámos um ao outro quem éramos. Depois de conversarmos sobre aquele dia e tudo o que aconteceu e poderia ter acontecido e depois de muito me agradecer, perguntei-lhe o que iria agora fazer. Respondeu-me “voltar ao mar e a navegar, é o que adoro e não sei fazer mais nada”! Perguntei-lhe, “e não tens receio…?”, respondeu-me “se algum dia tivesses um dia mau num avião, que farias no dia seguinte?”. Mais uma lição de humildade, respeito e coragem que tive nesta vida.»

Um enorme agradecimento aos Srs. Comandantes Pedro Martins e Pedro Pinho. Ouvir estes relatos são orgulho para todos.

veja também os seguintes links:

Sabias que…

A Esquadra 751 “Pumas” foi criada em 1978.

É responsável por várias missões como apoio tático ou vigilância marítima mas certamente conhecemos esta esquadra pelas suas missões de Busca e Salvamento.

Aliás, quando visitamos a esquadra na BA6 (Montijo) percebemos o enormeeeeee número de vidas salvas por esta esquadra.

Inicialmente utilizando o SA-330 Puma que ficou bastante conhecido nos Açores e também pelo transporte do Papa João Paulo II (visitar urgentemente o Museu do Ar – Polo de Sintra), a esquadra procede a algumas alterações ao modelo original para as suas missões de SAR.

Em 2005, a Esquadra 751 recebe o EH101, da AgustaWestland, que passa a substituir o Puma. Esta alteração permite não só dotar a esquadra de uma aeronave com recursos mais atuais e adequados às missões que são cumpridas como ainda aumentar o range de ação das missões e todos sabemos a importância deste fator – ver o relato anterior se há dúvidas.

Temos também de ter em consideração que Portugal tema a maior área de responsabilidade da Europa e sim, se a área terrestre é relativamente pequena, o mar quase não tem limites.

A esquadra tem, além da tripulação de alerta permanente no Montijo, uma tripulação de alerta em Porto Santo e duas aeronaves e tripulações nos Açores (Lajes).

O EH-101 MERLIN é pois um helicóptero de transporte médio, equipado com três motores e rotor principal de 5 pás.

A Esquadra possui 6 Eh101 na variante SAR (Busca e Salvamento), 2 de variante SIFICAP (Sistema de Fiscalização das Pescas) e por 4 de variante CSAR (Busca e Salvamento em Combate).

Perguntei-lhe, “e não tens receio…?”, respondeu-me “se algum dia tivesses um dia mau num avião, que farias no dia seguinte?”. Mais uma lição de humildade, respeito e coragem que tive nesta vida.»